sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Esquecer Correr Renascer

E lá vem você com a sua mania de dizer que sonhos são projeções do futuro, empurrando goela abaixo sua versão otimista do mundo. Mais um quadro deturpado na sala de estar, expondo lembranças perdidas daquele passado presente. E você me diz que é besteira, que é besteira me deixar dominar pelos problemas. E você me olha intensamente e muda tudo. Você sempre muda tudo, foi você quem destruiu o meu universo. Agora ando nas ruínas do que eu vi, do que eu fui e, sim, está tudo bem. Porque ao meu lado um coração bate descompassado, acelerado por mim. Então vamos correr descalços na rua suja às 2:47 da madrugada, porque o medo já ficou pra trás e não quero que o meu pessimismo me alcance. Vamos nos jogar no mar e deixá-lo nos ensinar a nadar, emergindo das águas profundas eu renasço com você. E onde estamos agora? Perdidos um dentro do outro, não sabemos para onde ir e sabe por quê? Porque já estamos onde deveríamos estar.

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

O fim do início

Administradora de sonhos,
Me diz onde se escondeu.
Onde se encontra sua toca,
O nosso ponto de amor.

Onde está você, sereia?
Nadando no fundo do mar.
Onde está você, princesa?
Presa nas grades do pudor.

Desejos para amanhã,
Frutos do presente incerto.
O seu olhar se transformou
No brilho daquela estrela.

Foi assim que eu percebi
Que a nossa vida passou,
E te reconheço no trem
Que segue pra eternidade.



terça-feira, 11 de setembro de 2012

11-08-2012

Mais três passos e estava à sua frente. Seus olhos brilhavam ao me olhar, sua mão forte e decidida abria a porta do carro pra mim enquanto eu tentava esconder o rubor e o embaraço. Estava nervosa pois sabia o que aquela  noite significava, era o início de algo importante, de algo sério, de algo real. E, como você sabe, coisas reais sempre me apavoraram. Ao sentar para jantar, acanhada e sem palavras como nunca fiquei contigo, tentava me manter o mais bonita possível, pois a ideia de parecer feia aos seus olhos... era insuportável. No fim de tudo, sentada ao seu lado à meia luz, sentindo seu coração bater acelerado no mesmo compasso que o meu, escutei as palavras mais belas que os seus lábios já me haviam proferido. As 3 palavras que mudaram tudo, que te tornaram definitivamente uma parte de mim. Você foi a coisa mais linda que me aconteceu, foi um sopro de alegria na minha vida. Te ter comigo é não querer dormir, pois a realidade é o melhor sonho que já tive. Meu namorado, meu porto seguro, meu príncipe. Te amo.

quinta-feira, 14 de junho de 2012

"(...)They say that the world was built for two, only worth living if somebody is loving you, baby, now you do." Há quem diga, como no trecho dessa música que tanto gosto, que só se vale a pena viver se é amado. Mas quanto a ter a capacidade de amar em retorno... Será que a vida é bela para aqueles que são incapazes de sentir algo real por outra pessoa? O que o destino/futuro/ocasionalidade reserva aos que nada sentem? Talvez ainda não tenho surgido alguém que os faça sentir, talvez seja apenas uma parte da personalidade. É possível sofrer por alguém sem amar? É possível amar sem sofrer? Seja lá o que for que as pessoas sentem quando amam e são correspondidas, eu quero isso pra mim. Eu quero muito. E eu estou esperando, estou precisando de sentimentos como esse para que eu possa respirar tranquilamente, mas eles insistem em fugir de mim e já não tenho mais força para correr atrás. Talvez seja o melhor, não me envolver, não correr o risco de sofrer... Só queria passar por isso uma vez, apenas uma vez. Bom, talvez o tempo tenha alguma surpresa reservada para mim.

sábado, 26 de maio de 2012

Abram os olhos!

É preciso sim tomar partido. Em meio a desastres políticos, catástrofes naturais, decadências econômicas e iminência de guerra, quem fica em cima do muro compactua. Porém, sejamos sensatos: o perfil humano, generalizadamente, é aquele que veste seu terno bélico, toma posse de armamentos e grita ordens de disparo. O que ninguém está compreendendo é que são tais atos que desencadeiam os processos destrutivos citados anteriormente. Mas qual política se tornaria mais nociva futuramente: ir de forma violenta de encontro ao problema ou apenas sentar e assistir? Por que essas são as únicas soluções imagináveis para a maioria? Não, não é tarde para voltar atrás, ainda podemos (e devemos) derrubar impérios opressivos que mascaram a maldade com uma falsa concepção democrática. Grandezas que nos reprimem todos os dias: a da desigualdade social, econômica e de direitos. Não uso o poder das palavras para dar mais um discurso sufocado pela conformidade, mas para esbofetear aqueles que fazem de tudo para não enxergar a real situação. Vocês podem continuar calados e submissos, mas não o farei. Porque, enquanto continuarmos de cabeça baixa, o caos reinará. E é só uma questão de tempo até que cidades venham a baixo e que o modelo político brasileiro de meio século atrás, aquele que ainda se encontra em determinados países, se instale em todo o planeta. Ele está escondido nas entranhas dos impérios, esperando apenas o seu momento de vazar e, como um gás toxico, nos asfixiar. A história está traçada, mudar seu rumo é uma questão de união de forças. Ainda há esperança, mas não por muito tempo.

quarta-feira, 16 de maio de 2012

Não

Hoje eu descobri que eu não me conheço nem um pouco. Não da forma que eu já sabia, mas que não sei quem eu sou, do que gosto, do que não gosto, como pareço aos meus próprios olhos, onde estou e para onde estou indo. A única coisa que eu sei sobre mim agora é que EU NÃO ESTOU BEM. E não me importo com isso, com afundar. Aqui dentro é escuro e frio, mas a bolha feita de torpor, ilusão e dor me proteje de seja o que for que está me ferindo do lado de fora, este monstro já não pode mais me tocar. Não existe ninguém no mundo com quem eu queira falar neste momento. Não existe ninguém no mundo com quem eu queira falar. Não existe ninguém no mundo.

sábado, 28 de abril de 2012

Em uma nova esquina me encontro, pés fervendo em uma noite fria, chutando latas na suja calçada mal iluminada, mordendo a lateral dos meus dedos enquanto vejo meio duzia de pessoas passando aleatoriamente, chorando internamente, rezando mentalmente. E no embalo de uma música distante, meus braços envolvem os meus joelhos e me embalam, sussurrando uma outra canção, a que me conquistou. Não, não é loucura, é sanidade alterada, navio em naufrágio, morte lenta. E quem mais que me acalenta? Todos foram embora e meu único escudo não pode me proteger. A única linha que me prende à realidade, é a mesma que me prende à essa rua, a rua da minha vida, dos meus sonhos, da minha morada interna. A coisa boa, no fim das contas, é que a dor, a única que esteve comigo esse tempo todo, não me abandona em nenhum momento. Quanto aos outros sentimentos? Bom, eles invadem. Saudade do passo, saudade do tempo, saudade do medo, saudade de mim.

segunda-feira, 12 de março de 2012

Lugar certo mais errado possível

Vou juntando, ao poucos, os pequenos pedaços de mim espalhados por um chão infértil e desconhecido, o mesmo chão que tanto desejei que fizesse parte do meu pertencimento. Agora estou aqui, me tornando parte heterogênea da mistura de uma nova vida. Só, alheia, avulsa. Como posso não pertencer se nem ao menos existo? Estranha em meu antigo mundo, isolada em uma nova realidade, estou presa no segundo onde os ponteiros se tocam e um novo dia se forma, estou presa na brecha de passagem entre o passado e o futuro, mas isso nem ao menos é o presente. Estou onde supostamente deveria estar, no lugar certo mais errado possível, no topo de um universo que escorrega pelos meus dedos e se esvai. Fecho os olhos e sigo em frente, passeando no paraíso desconhecido...

Reflexão proposital

Tudo em você me faz lembrar dele: seu jeito de falar, de me olhar, de sorrir... A continuação de um vício leva ao começo de outro, o que posso dizer além de que nós dois juntos parece certo? Com ele não parecia. Mas de quê adianta, não é mesmo? O olhar que te envio é um suspiro de narrativas não verbalizadas, mas a sua barreira não permite que ele atravesse. Como faço você entender que o que eu sinto jamais me permitiria fazer contigo o que este outro alguém fez? Ser uma amiga não é o bastante, não me dá as forças para suportar te ver falando de falsas conquistas ao meu lado. Com o seu sorriso usual, o mesmo que você oferecia a todas as outras, você aceitou o carinho que te ofereci, um carinho contido, tentando não imprimir na sua pele o que eu sentia, cheio de segundas intenções, as quais você driblava tão bem com o seu olhar, sem nem ao menos perceber que havia algo para se enxergar.

Sem fim

Eu consegui enxergar olhando nos seus olhos. Consegui notar aquele brilho antigo do qual eu sentia tanta falta, e então ele se foi. Terceiros diriam que era uma estrela cadente, mas como a nossa estrela cairia? Você falou comigo de forma indiferente, me apresentou à um outro alguém e, no final da frase, contemplou-me com uma pequena aresta de esperança. Sempre foi assim: um tapa e uma carícia. Não sei como explicar, mas era o tapa que me matinha viva. Nominar-me masoquista seria eufemismo, seria trair o meu pacto com a verdade. Estar perto de você agora, após tanto tempo, me faz pensar que chegou finalmente o nosso momento, não posso evitar. Mas o que ela está fazendo aqui? Quais são as coisas entre nós que precisam ser resolvidas? Bom, vou cessar meu discurso tedioso e indiretamente direto e deixar o desenrolar desta história à cargo do destino.

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