domingo, 17 de julho de 2011

Morte

E como num sonho você nos deixou. Não um sonho bom, apenas um sonho. Um momento onde cria-se um mundo paralelo e tudo gira em torno daquele instante. Um sonho onde permanecemos presos até acordarmos. Parece simples, mas não é. Acordar é a parte mais difícil, é o momento em que se percebe e se tem consciência de tudo ao seu redor. É o momento de ver que tudo é real: a dor, aa saudade, o pesar. É o momento de tentar se reerguer e procurar enxergar um sentido maior para tudo isto, encontrar um caminho e uma resposta para passar pelo sofrimento e curar as feridas, mesmo sabendo que as marcas permanecerão na pele.

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Costume

Depois de você o amor virou pó. Sabe, no início era intenso, era chama. Mas acho que com a distância e com o passar do tempo o amor virou um costume. É confortável, é aconchegante e reconfortante. Fez com que ninguém mais me tocasse, todos os outros foram passageiros. Não que você me fizesse bem, mas eu não sabia (e ainda não sei) como não te amar, eu aprendi assim e assim ficou. Dói mais sem você, eu posso garantir. Porque, se não o tivesse como minha âncora, todos os passageiros se tornariam reais. Eu não teria como dizer a mim mesma quando um destes passageiros me magoassem: “Ei, não importa! Não é dele que você gosta mesmo.”, e continuar me iludindo. Eu prefiro ser cega e me livrar de decepções (ou ao menos tentar), do que ter que encarar a realidade. Porque, sejamos francos, não há nada mais doído e cruel do que a realidade de um amor não correspondido, ou correspondido de uma forma errada, de uma forma diferente da que você gostaria.

Eu não o culpo por não me amar, eu o culpo por me deixar te amar por tanto tempo a ponto deste amor virar um vício do qual não consigo mais me libertar.

Singular e Plural

Existe uma forma bem particular sobre como sinto as coisas. Intenso, urgente, inconstante. Sinto tudo e ao mesmo tempo não sinto nada. É complexo e simples. É apressado e retardado. É racional e irracional. É a mesma coisa que milhares de pessoas sentem, só que de uma forma que mais ninguém sente. Porque é meu, é universal, mas é só meu. Chamamos pelo mesmo nome, mas a resposta é diferente. E não importa o quanto digam que sabem como me sinto, na verdade não sabem. Porque é como eu me sinto, e por mais que tenham passado por algo parecido, o sentimento é o mesmo, mas o sentir este sentimento é algo pessoal. Por isto que eu digo que sinto tudo de uma forma bem particular, porque eu sinto tudo de forma ímpar, de uma forma única.

Está tudo bem

“Oi”, “Tudo bem?”, “O que tem feito?”, “Nunca mais o vi”... Uma vida movida por frases automáticas, sorrisos falsos e risos forçados. Mesmos lugares de sempre, mesmas pessoas de sempre. Um coração, ou quase isto. Não sei se é real se não vibra, se não bate, se não bombeia. Algo inerte é algo existente, presente ou sequer significável? Eu digo que não, porque, pela minha denominação de existência, presença e significância, é preciso ter pulso, é preciso sentir. Então talvez a dor não seja algo tão ruim, se dói é porque é vivo, é porque sente. O mesmo corpo que representa e finge despreocupação, indiferença e descaso, chora por dentro, se corta sem querer e sangra, sangra muito. Os caminhos nem sempre o levam aonde quer chegar e quer saber? Eu não concordo quando dizem que existem muito mais momentos alegres que tristes, é algo que depende de como encaramos as coisas. Mas também discordo que a forma de encarar mude tudo, muda muita coisa, mas não muda tudo. O fato é que não importa quão otimista sejamos, em alguns momentos teremos que cair, teremos que sofrer e sangrar. Isso faz parte da longa caminhada que é a vida, tudo está bem.

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