quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Pra Você

Naquela noite tudo era diferente. Você tentou fugir, mas mesmo assim não conseguiu negar que me desejava, pois seria trair sua vontade, seu extinto. Você só se entregou, da mesma forma que eu tinha feito a tanto tempo, mas de uma forma incompleta, pois sem a sua rendição não haveria verdadeira conexão. Te enfrentei e você logo cedeu, tão facilmente que não parecia real. Mas foi. Não há outra explicação para a percepção tão apurada dos detalhes. Eu, sempre distraída, nunca estivera tão concentrada e sintonizada. Eu fazia parte dessa adição, como se fôssemos um só. Sentia o seu casaco roçar a minha pele, sentia a sua respiração ofegante e seus lábios rígidos e ao mesmo tempo carinhosos pressionando os meus. Todo o mundo poderia desmoronar naquele mesmo instante, porque naquele curto intervalo de tempo você era meu, só meu. Eu queria poder te dizer tantas coisas e ao mesmo tempo não queria nada além do som dos nossos corações batendo no mesmo compasso. Queria poder te ter por um pouco mais do que os momentos em que você me beijava e fingia falso amor, queria te ter longe, perto, hoje e amanhã. E, quando eu precisasse ir embora, queria que você sofresse, que você implorasse para eu ficar. Queria viver fora da dor de te ver com outras e não poder fazer nada, queria não me sentir tão impotente. Queria não ter perdido tanto tempo vivendo um amor inexistente. Queria ter recusado suas migalhas a tanto tempo, com a convicção que nem sei se tenho neste momento. Pois sei que quando eu tropeçar e precisar de amparo, não será você a me dar. E tudo que nos restará é uma lembrança falsa de sentimento e um amor unilateral.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Contrariando as imposições da sociedade.

Existem milhares de sentimentos borbulhando dentro de mim neste momento. Eu queria poder descrevê-los de alguma forma, botar tudo pra fora, sem meias-palavras. Faz mais de uma hora que escrevo e que apago aqui, até me dar conta de que não escrevo pra ninguém, escrevo pra mim! Ainda assim, sinto um medo tão grande da não-aprovação do que digito. Há um certo tempo escrevi um texto sobre um rapaz que mexeu muito comigo e tomou conta da minha vida por um longo tempo, mas não consigo botar isso aqui, não consigo postar esse texto sem ter medo da interpretação de quem vai ler. Tenho medo do que o meu pai vai pensar, se ele vai imaginar coisas que na verdade não são reais, pois minhas palavras deixam espaço para um duplo sentido. Tenho medo de alguém que me conheça ler e julgar sem nem ao menos saber do que se trata. Tenho medo de você, que está lendo agora, pensar: "Que texto é esse? Essa garota é maluca?". Bom, talvez eu seja. Sou maluca por me recusar a seguir um padrão onde tudo o que as pessoas querem expor é o lado bonito. Mas, quer saber? Na maioria das vezes o bonito não é o real. É tão mais fácil esconder o que você realmente sente e substituir a verdade por duas dúzias de palavras bonitas. Eu não estou atrás, pelo o menos neste momento, da boa aparência, da aprovação. Sim, eu tenho medo, mas a sociedade me fez assim, não é mesmo? Ao menos tenho a consciência de que buscar se encaixar na idealização de perfeição da sociedade e virar as costas pra si próprio, ignorando os próprios sentimentos e se sufocando em mentiras descaradas não leva a lugar algum. É preciso, muitas vezes, parar para refletir: a sua forma de agir condiz com sua personalidade e com seus ideais ou é um código de conduta imposto pela sua sociedade?

domingo, 26 de setembro de 2010

.Estou de luto pela minha geração. Por todas as formas com que ela tem envergonhado aqueles que um dia já foram jovens e àqueles que ainda virão a ser.
.Olhe pra trás, a apenas 50 anos a realidade era outra. Diversos grupos de jovens se uniam e se rebelavam contra a ditadura militar. Jovens que não se importavam com as consequências de uma atitude nobre, priorizavam apenas o que pensavam que traria um melhor futuro para o nosso país, e trouxe. Veja só, um país livre da ditadura, e boa parte dessa conquista se deve aos jovens.
.Há pouco mais de 20 anos, os jovens lutaram e conquistaram algo muito importante: o direito ao voto para adolescentes de 16 e 17 anos. A Constituição de 1988 provou a capacidade e a responsabilidade que tinham, que viria a ser colocada em jogo e contestada alguns anos depois.
.Atualmente, os jovens não têm crédito algum. São taxados de alienados, com razão, são raras as exceções. As justificativas para não votar variam de motivos extremamente estúpidos à motivos estúpidos. Desde preguiça de enfrentar fila à corrupção dos políticos. Mas são apenas desculpas, pois se houvesse preocupação não existiria motivo forte algum à ponto de deixarem de votar. Se a corrupção incomodasse tanto, interviriam para que ela, ao menos, diminuísse.
.Estou de luto pela minha geração. Estou de luto pelo descaso, estou de luto pela falta de compromisso, estou de luto pela falta de amor à nação que, consequentemente, significa falta de amor por si mesmo. Estou envergonhada em nome daqueles que desistiram de fazer com que o resto se conscientize. Mas eu não vou me acovardar, e rezo para que quando alguém que não se importa leia isso, não apenas se envergonhe, mas mude.
.Eu falo por aqueles que deveriam ser beneficiados: os que não tem onde morar, os que não conseguem sair de suas próprias casas por causa de enchentes, de buracos, de cansaço de tanto lutar. São esses os que mais pagam com o descaso daqueles que têm conforto, que têm uma voz, mas se calam. O que posso dizer? Sou apenas eu contra o mundo, apenas mais uma voz inaudível no meio de uma multidão.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Giros

Nossa vida é feita de círculos. Como o planeta terra que a cada giro é um novo dia, a cada volta, um novo ciclo. E nesse pequeno período de tempo que são os dias, milhares de pessoas passam por nós. Algumas podem simplesmente passar sem que notemos, outras permanecem. Talvez aquela que nós não notamos em um determinado momento, se torne essencial para nós em outro. Seria certo menosprezar ou supervalorizar alguém nas devidas circunstâncias? Mas é importante sempre estar com um olho aberto, pois quanto mais presente essa pessoa estiver na nossa vida, quanto mais próxima ela for, mais chances ela tem de nos atingir. Talvez, alguma hora, chegue o momento dessa pessoa te deixar e tudo voltar pro ponto inicial. Por isso não importa o quão indiferente alguém é pra você, ela sempre poderá te surpreender. Também não importa o quão importante alguém é pra você, ela sempre pode te magoar. Mas o que é a vida sem altos e baixos? No fim vale a pena, com certeza vale.

domingo, 9 de maio de 2010

Como fumaça...

É como se eu estivesse caindo, caindo, caindo. Entrando em um universo inimaginável onde só há medo, tristeza, escuridão. É como se o meu universo estivesse se apagando e sendo substituído por uma cópia sombria do tal "mundo real". É como se tudo de bom e valioso fosse se dissipando, como açúcar se dissolvendo em água e eu vou ficando, vou vendo tudo acontecer como num filme, eu quero mudar mas não posso, sou separada de tudo por uma tela invisível. É como se nesse universo paralelo onde estou, eu fosse só uma projeção, um fantasma, vivendo nas sombras de um universo terrivelmente real. É como se eu fosse desaparecendo, desaparecendo, desaparecendo...

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Terremoto no Haiti

Para quem vive em uma sociedade individualista é difícil olhar para o problema dos outros - e do mundo -, e não só para seus próprios problemas. Atualmente, ocorreu uma terrível tragédia, para a qual poucos se importam. No Haiti, o país mais pobre do Hemisfério Ocidental, houve um terremoto de grandes proporções e consequências. Foram sete graus na escala Richter, e causou uma grande destruição no sul da capital do Haiti, Porto Príncipe. Houveram mais dois terremotos de 5,9 e 5,5 graus no país. Resultado: Uma estimativa de 100 mil mortos, sendo 12 brasileiros. Dentro desses brasileiros que morreram, estava Zilda Arns, fundadora e coordenadora da Pastoral da Criança e da Pastoral da Pessoa Idosa, que teve uma importante participação no cenário nacional e internacional, combatendo a fome e morte infantil. Precisamos nos deparar com as dificuldades alheias e encontrar uma forma de ajudar. Não podemos impedir um desastre natural, mas podemos amparar aqueles que passam dificuldade, doando, repartindo e, além disso, rezando por aqueles que não têm mais forças para lutar, para que encontrem uma motivação.


domingo, 3 de janeiro de 2010

Novo Ano


Não sei se é um começo ou um final, mas no fim das contas é novo. E como todo bom ano fazemos aquelas promessas que não cumprimos. Mas eu quero de verdade mudar a minha vida, tirar tudo o que há de ruim e deixar apenas o que me faz bem, pois, como aprendi recentemente, pra mudar a nossa vida pra melhor basta apenas a gente querer, e eu quero. Quero ser mais feliz, respirar mais, cuidar mais de mim e me sentir melhor comigo mesma. Tudo aquilo que me machucava eu pretendo botar pra bem longe, onde não possa mais voltar. E eu realmente posso fazer isso, eu acredito na minha força de vontade. Enfim, eu sou jovem e tenho saúde, o que há de impossível pra mim?


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