terça-feira, 9 de agosto de 2011

E mais uma vez você surge, lembrando-me das minhas noites vazias, da minha estafa e do meu pesar. O espaço entre nós é tão grande quanto a minha distância de mim mesma? Creio que não. Por que temos que ser tão parecidas? Reclusas, tristes, sozinhas. Mesmo com todo um universo ao nosso redor, nos prendemos firmemente no reflexo do infinito mar da nossa dor, praguejando-o silenciosamente enquanto as ondas desfiguram nossa imagem. Mas não culpe o mar, querida, culpe a si mesma, da mesma forma que me culpo! Ele apenas brinca com a projeção da nossa imagem, ela não é real. O lado verdadeiro está pra dentro, no âmago do seu espírito, na morada do seu ser, onde mais ninguém pode enxergar.

O que te torna tão fria? O que te levou à solidão? Não são questionamentos aleatórios, são perguntas que precisam ser resolvidas. Pois, se eu compreender o que você esconde, talvez descubra a chave para a jaula que me prende dentro de mim, que me torna uma imagem fraca e imperceptível. Gostaria de entender como vive tão só, mesmo esbanjando tanto charme e beleza. Será que é o mesmo que acontece comigo? Em que momento eu desviei do caminho?

Disseram-me que você perdeu o brilho quando se apaixonou por aquele que não podia ter. Vê como somos parecidas? Percebe como o amor nos fez perder nossa própria identidade? Eu sou igualzinha a você. Quando finalmente chegamos onde ele supostamente deveria estar, só encontramos um imenso vazio. Há pequenos pontinhos de luz ao nosso redor, mas são ignorados, são irrelevantes. Tudo com o que nos importamos, é aquele cheio de luz, aquele que roubou o nosso brilho, aquele que não podemos ver, aquele que não quer nos ver.

Em que momento, como eu, o seu brilho virou apenas o reflexo do brilho dele? Quando foi que você passou a ser tão dependente de alguém? Espero que não tão cedo quanto eu, minha cara! Espero que você tenha tido a oportunidade de viver um pouco mais. Enfim, não quero mais te importunar! Só gostaria de fazer uma última pergunta... Já se questionou sobre como seria se apaixonar por um daqueles feixes de luz que te rodeia? Sim, eu sei que é loucura, não se pode notar uma pequena luz enquanto se está concentrada em toda a claridade!

Agora, por favor, vá embora. Deixe-me recobrar minha sanidade, ou o mais semelhante disto que eu possuir. Mas, quando as respostas estiverem mais claras pra você, me avise. Estarei aqui, esperando sua resposta. Boa noite, Dona Lua.

Carinhosamente,

Sua Semelhante.

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